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E Depois de Amanhã? - Temporada 1

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E Depois de Amanhã? - Temporada 1

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E Depois de Amanhã? - Temporada 1
Discussing a new reality behind closed doors

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E Depois de Amanhã? - Temporada 1
Discussing a new reality behind closed doors

É posta uma mesa para uma refeição, com novas regras de etiqueta. São colocados 6 lugares, mas apenas 3 são ocupados - dois convidados e um anfitrião. O almoço é servido e inicia-se uma conversa sobre o futuro.

Em cada um dos 4 episódios de And After Tomorrow?, é abordado um novo tema. Reflete-se sobre a música, a programação cultural e os bastidores dos espectáculos ao vivo, bem como sobre os desafios que estes implicam no futuro próximo.

Um lanche no Pavilhão Carlos Ramos, FAUP

“Como é que vê o espaço público?”, pergunta o geógrafo Álvaro Domingues, apresentador deste último episódio de And After Tomorrow?, para iniciar a conversa sobre o espaço público e a esfera pública, com Fernando Almeida (Pele) e o artista Miguel Januário (Mais Menos). Miguel vê o espaço público como uma tela, um palco. Para ele, o interessante da intervenção pública é atravessar uma esquina e deparar-se com algo inesperado, algo que não pertence ali, mas que começa a pertencer cada vez mais.

Fernando Almeida diz que a sua visão, e a de Pele, vem da projeção do cidadão no espaço público - como pensar a ideia de política, como algo inseparável do próprio cidadão e do seu posicionamento no espaço público. A partir dos conceitos de espaço público, eles falam sobre o papel que a tecnologia desempenha nele, e as diferenças entre espaços físicos e virtuais, e como ambos podem ser considerados espaços públicos.

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photos by Dinis Santos

Lembro-me de Habermas dar uma palestra sobre a esfera pública (...), ele disse “não me perguntem o que é o espaço público, perguntem-me o que é público no espaço”. Esta ideia de que o espaço público é uma ideia construtivista, que ganha forma.

— Álvaro Domingues


Miguel considera que “as redes sociais são a extensão do espaço público. Isto é muito interessante porque mudou a forma como fazemos e olhamos para a intervenção no espaço público”. Especialmente em tempos de isolamento, desligámo-nos dos espaços físicos e tudo chega até nós através destas janelas, até mesmo os assassinatos (como o de George Floyd). As manifestações e a ocupação de espaços públicos para protestar tornaram-se uma zona cinzenta nos últimos dois meses. Ao mesmo tempo, “a construção ou desconstrução que temos vindo a observar, voltando à ideia de manifestação de protesto, de virtual e real, temos vindo a assistir a um roubo do espaço público no espaço privado”, diz Miguel.

O almoço teve lugar junto ao Pavilhão Carlos Ramos, na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, onde a S.P.O.T. voltou a compor a mesa, desta vez com arranjos florais de Paula Brasaani e comida do Chef Pedro Limão. Coube a Gattopardo a direção deste episódio e a Dinis Santos a sua fotografia.

As redes sociais são a extensão do espaço público. Isto é muito interessante porque mudou a forma como fazemos e olhamos para a intervenção no espaço público

— Miguel Januário

Um lanche no Jardim Botânico do Porto

Com um letrismo que lhe é característico, Cristina Alves inicia a conversa perguntando pelo dia depois de amanhã. No Jardim Botânico do Porto, o chef Vasco Coelho (Euskalduna) e Isabel Tavares (Comida de Rua) juntam-se a ela para falar da situação atual dos seus restaurantes e da sua empresa de street food, respetivamente, bem como do sector em geral.

“Acho que o futuro está na reinvenção, na adaptação”, diz Cristina, enquanto discutem o que têm feito para se adaptarem à situação. Isabel começou a participar em drive-ins, iniciativas que vê como uma forma de ultrapassar as atuais restrições. Vasco começou a cozinhar para os sem-abrigo e depois juntou-se a um grupo de restaurantes do Porto que cozinha para os hospitais. Agora, olham para o futuro, certos de que “vamos ter sempre vontade de comer e toda a gente tem saudades dos restaurantes e dos eventos” e, por isso, “há esperança”, como termina Cristina com uma nota positiva.

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photos by Tiago Lessa

Sinto que este ano já vai a meio da cronologia e que todo este tempo passou, mas não pertence a lado nenhum.

— Isabel Tavares

No interior de uma das estufas frias, rodeadas de plantas e flores, Inês Ananás e Hortelã compuseram a mesa e Isabel Castro Freitas arranjou as flores, para uma refeição preparada pelo Chef Rui Paula. Este episódio foi realizado por Bauti Godoy, filmado pelo Canal180 e fotografado por Tiago Lessa.

Vamos sempre querer comer e todo mundo sente falta de restaurantes e eventos. Com drive-ins, um metro e meio de distância... Há esperança.

— Cristina Alves

Um lanche no Plano B

E aqueles que trabalham nos bastidores dos shows ao vivo? Uma indústria que parou completamente, que está nos bastidores, faz com que muitos desconheçam seu papel ou complexidade. Assim, para o 3o episódio, a conversa foi levada ao Plano B, um clube no Porto, onde Célia Correia (Stagehand) e Hugo Costa (In Rock We Trust), moderado por Inês Maia, discutiram sobre a indústria do espectáculo ao vivo, e os seus técnicos.

Os técnicos e aqueles que trabalham nos bastidores da cultura são muitas vezes invisíveis e, portanto, esquecidos pelos programas de apoio disponibilizados pelo governo. Esta questão tornou-se amplamente discutida no âmbito da pandemia, incluindo neste artigo do Público em que Célia Correia foi entrevistada para e numa carta aberta. O próprio Hugo Costa foi convidado a participar num fundo de solidariedade para apoiar a sua 'família da estrada'.

Enquanto tais medidas são apenas paliativas, esperamos que possamos aprender com essa situação e criar proteção para o futuro, de modo que as pessoas não sejam forçadas a mudar de carreira. "Uma das coisas boas desta crise é que há mais união dentro do setor", diz Inês Maia. A própria Célia afirma: "Não vou desistir deste trabalho, porque é algo que gosto", embora seja provável que ela precise encontrar um emprego no meio. 

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photos by João Pedro Marnoto

Às vezes deixamos de ser pagos. Mas nunca paramos de trabalhar. E essa é uma das questões mais importantes. Nós nunca paramos de trabalhar, mas às vezes não somos pagos. Estamos a trabalhar de graça.

— Inês Maia

No Plano B, foi o Raio Verde que dirigiu este episódio e o João Pedro Marnoto o fotógrafo escolhido. O Chef Camilo Jaña (Portarossa) foi responsável pela comida, servida numa mesa do Coração Alecrim com arranjos florais do Pé de Flor.

Eu fiz esta analogia no outro dia: imagina que vives numa bela ilha e um vulcão explode e destrói tudo. Após o desastre, queres voltar para a ilha e construir tudo do zero ou queres-te mudar para outro lugar? Quase todo mundo queria se mudar, mas eu não quero trabalhar noutro lugar.

— Hugo Costa

Um lanche no Coliseu Porto Ageas

A segunda conversa assume o centro das atenções no Coliseu do Porto Ageas. João Carvalho, de Ritmos, António Guimarães ("Becas"), de Passos Manuel são convidados por Mónica Guerreiro, do Coliseu Porto Ageas, para discutir o futuro da programação cultural e o cancelamento de eventos numa sala convenientemente vazia.

Falando sobre o processo de cancelamento do Vodafone Paredes de Coura, João Carvalho não se lembra da última vez que passou um Verão sem festival. Discutindo as repercussões dos cancelamentos, António Guimarães e Mónica Guerreiro falam sobre os seus planos de reabertura do Passos Manuel e do Coliseu Porto Ageas, respetivamente, tendo em conta os desafios da reprogramação dos atos cancelados quando "uma das preocupações dos programadores em geral, é programar no espírito do tempo. De que maneira podemos refletir o que estamos a viver."

— Mónica Guerreiro

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photos by Renato Cruz Santos

Foi uma das poucas coisas boas desta pandemia. Juntou pessoas e fê-las falar umas com as outras.

— António Guimarães (“Becas”)

Desta vez, foi Maria Dentada quem ficou encarregue da comida, Romã Eventos da decoração e Bosque Conceitos Florais dos arranjos florais. O episódio foi realizado por Miguel C Tavares e fotografado por Renato Cruz Santos cujas fotografias foram utilizadas tanto nesta página como no vídeo.

Isso também será engraçado. Estaremos mais abertos a diferentes tipos de shows. As pessoas que estão acostumadas a assistir apenas um tipo de show agora sentirão a necessidade de ir ver outras formas de arte.

— João Carvalho

Um lanche no Museu Nacional Soares dos Reis

As portas do Museu Nacional Soares dos Reis, em remodelação desde o Verão passado, abriram para o primeiro episódio de And After Tomorrow?. Durante a conversa, José Costa Reis, pergunta "Quando foi a última vez que este quarto recebeu um almoço?". Provavelmente há duzentos anos, quando o Palácio das Carrancas (o edifício do final do século XVIII agora ocupado pelo museu) ainda não era um museu, antes de 1833.

A primeira destas experiências junta Capicua e Inês Nadais numa conversa dinamizada por José Costa Reis, da equipa do Museu. Partilhando uma refeição de três pratos confecionados pelo Chef Pedro Braga do Restaurante Mito, os participantes discutem o jornalismo em tempos de confinamento e o futuro da indústria musical que, impossibilitada de fazer concertos ao vivo, muitas vezes a sua principal fonte de rendimento, está a repensar formas de sobrevivência financeira. Capicua preocupa-se com o facto de “o disco ter perdido o seu valor e se os concertos também perderem o seu valor não nos resta nada para sermos pagos artisticamente”. 

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foto by Alvaro Campos

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foto by Alvaro Campos

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foto by Alvaro Campos

photos por Raio Verde

No confinamento, é à arte que as pessoas recorrem. Como refere Capicua, “é impossível ficar em casa durante 2 ou 3 meses sem música, filmes, livros, arte. É o confinamento solitário. E as pessoas aperceberam-se de que o nosso trabalho tem valor e é uma necessidade vital, algo que as pessoas tendem a esquecer”. Isto torna-se particularmente importante numa altura em que a sociedade não tem protegido os seus artistas. Como refere Inês Nadais, “é muito claro que temos de mudar a lei e desenvolver um regime para os trabalhadores intermitentes e precários”.

Profissionalmente, para um jornalista, (..) Estes são tempo românticos, devo dizer, porque parece que a nossa missão é tão clara outra vez. (…) O nosso website está sempre cheio de utilizadores, Our website is always full of users, e, de repente, parece que é mais difícil e mais claro saber porque estamos a trabalhar e para quem estamos a trabalhar.

— Inês Nadais

Para este primeiro episódio, coube à equipa do Canal180 captar a conversa. O styling foi feito pelos próprios S.P.O.T., que também co-produziram este episódio, e os arranjos florais por Filipa Alves. A Raio Verde foi responsável pela captação fotográfica do momento; as suas fotografias foram utilizadas tanto nesta página como no vídeo.

Eu esperava que esta quarentena nos fizesse parar, mas não fez. Senti que havia esta necessidade de ser hiper-produtivo.(…) Por favor, vamos parar e pensar porque não há tempo. Tempo para pensar, tempo para a arte, tempo dos trabalhos de grupo, de política pública é incompatível com esta histeria. A nossa realidade económica e social é a verdadeira emergência.

— Capicua

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