Um ano depois a S.P.O.T. e o Canal 180 voltam a unir esforços para trazer uma nova temporada de E Depois de Amanhã? uma série onde, à volta da mesa, vários convidados se juntam para debater temas que preenchem a atualidade.

Esta segunda temporada, dividida em três episódios, centra-se no âmbito do projeto GREENLIGHT e desenvolve conversas em torno dos principais objetivos da recém assinada Política Agrícola Comum (PAC).

Em cada episódio a equipa viaja até uma zona diferente do país e reúne uma série de profissionais que vão de jornalistas a produtores, de videógrafos a floristas, de ceramistas a chefs, com o objetivo de desmitificar a PAC e torná-la mais compreensível para o público geral.

Aliando os temas da agricultura à gastronomia, às alterações climáticas, à preservação de cultura e identidade estaremos a discutir também o futuro das gerações, de como viveremos e nos alimentaremos nos próximos anos, o futuro do nosso próprio planeta, do solo que pisamos e a melhor maneira de aí coabitar. Estas conversas ocorrem à volta da mesa, de boa comida e bom vinho, já que é nestes momentos que as ideias nascem e se propagam.

Temas como a protecção da biodiversidade, a promoção de zonas rurais dinâmicas ou a qualidade dos produtos que consumimos estarão na boca de todos durante esta nova temporada.

Este almoço/debate levantou temas relacionados com a identidade dos produtos que consumimos e a sua relação com a competitividade, a renovação geracional em áreas como a do vinho, pecuária ou do leite. Falou-se ainda sobre a Escola de Pastores do Alvão ou o surgimento alargado da massa mãe na fermentação do pão.

Na Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, “um edifício do século XII onde se faz ciência do século XXI”, nas palavras da sua diretora Isabel Valín, juntaram-se à volta da mesa Rui Dantas (presidente da F.E.R.A. -  Federação de Raças Autóctones), Rui Pinto (Cooperativa Agrícola Terras de Felgueiras), Mário Rolando (padeiro) e Pedro Hora (engenheiro agrónomo), moderados pelo jornalista Paulo Amado (Congresso dos cozinheiros, Edições do gosto).

O almoço ficou a cargo dos Chefs André Campelo e Ana Afonso do Restaurante Louro (Viana do Castelo), as cerâmicas utilizadas foram produzidas pelo estúdio BePolar também de Viana do Castelo e as flores chegaram pelas mãos da Florida Studio.

O almoço referente à zona centro começou uns dias mais cedo, com uma viagem até à Beira Baixa para conhecer o Monte Silveira Bio, projeto de João Valente que, mais tarde, se iria também juntar à mesa de debate. Foi lá que o produtor se encontrou com o chef Flávio Silva, conhecido como um dos representantes da gastronomia do Centro,  que confeccionou o almoço com produtos daqui, do feijão ao grão.

Foi na Algaplus, em Ílhavo, que se encontrou o cenário ideal para colocar uma mesa que viria a dar lugar a uma conversa sobre a proteção da floresta e da biodiversidade, onde se levantaram hipóteses sobre como potenciar as zonas rurais e se questionou se o futuro da agricultura pode ou não passar a ser 100% biológico. Estes temas foram debatidos pelo próprio João Valente (Monte Silveira Bio), António Dias (Associação Agro-florestal de V.N. Ceira) e António Rodrigues (CATAA - Centro apoio tecnológico agro-alimentar de Castelo Branco). O debate foi moderado pelo jornalista Bruno Martins, do podcast da Antena3 Assim Assado. As cerâmicas usadas são da Val do Sol (Leiria) e as flores estiveram a cargo do Pé de Flor, atelier floral (São João da Madeira).

Foi no Alentejo, mas longe da típica planície seca e árida que caracteriza a região, que nos encontramos para o último episódio desta série. Foi na Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz, com vista para a Barragem do Alqueva, que juntamos à mesa João Rosado (Azeite Amor é cego), Francisco Alves (Porcus Natura - Agricultura regenerativa) e João Barroso (CVRA - Vinhos Alentejo), num debate moderado pelo jornalista Edgardo Pacheco (Público). Aí o almoço ficou a cargo do Chef Carlos Teixeira (Chef do Restaurante do Enoturismo da Herdade do Esporão), o arranjo floral, feito com flores locais e produtos da horta da Herdade, foi realizado pela Joana Fonseca Teixeira.

O plano de sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, os diferentes tipos de agricultura praticados, a identidade (ou falta dela) das diferentes variedades de azeitona, as raças autóctones e a sua necessária presença na manutenção e preservação do montado foram apenas alguns dos temas abordados neste episódio.

O projeto GREENLIGHT, financiado pela União Europeia ao abrigo do Programa de Ações de Informação no domínio da PAC (IMCAP), celebra o passado, o presente e o futuro desta política e informa e esclarece sobre os seus benefícios a diferentes níveis, incluindo económico, social e ambiental. O projeto assenta numa campanha de sensibilização participativa, que envolve de forma ampla agricultores e atores rurais, estudantes e professores de todos os níveis de ensino, instituições de ensino superior e centros de investigação, cidadãos e famílias. 

Ao longo do último ano, e com o apoio de uma larga rede de cooperação que conta com mais de trinta entidades em todo o país, esta iniciativa tem sensibilizado os diferentes públicos para a relevância da PAC, através de vários eventos e atividades.