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Música

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Estávamos a pensar em ir ao festival Le Guess Who? desde 2017. Depois de um ano a viajar por toda a Europa com a We are Europe para tentar conhecer alguns dos principais intervenientes da cultura contemporânea e transformar essa procura na série New Activists of European Culture, conseguimos finalmente chegar a Utrecht para participar no Le Guess Who? no final de 2018. Para além de filmar o festival e entrevistar artistas e o fundador do festival, queríamos também explorar outros formatos, por isso, levámos connosco o fotógrafo Miguel Refresco para documentar tudo em imagens.

Le-Guess-Who-2018

foto by Alvaro Campos

Representing the Underrepresented  foi gravado em 2018 durante a 12º edição de Le Guess Who? que tem como objetivo destacar a música que atravessa fronteiras em todo o planeta. “Quem é o cabeça de cartaz? Toda a gente tem o seu cabeça de cartaz pessoal e acho que é isso que a música deve ser”, diz Bob Van Heur, cofundador do festival. E isso faz-nos refletir sobre o papel que um festival de música deve desempenhar hoje em dia. Deve ser um local de descoberta onde os espetadores possam expandir os seus horizontes e a sua visão do mundo, uma postura contracorrente a um panorama cada vez mais dominado por algoritmos e bolhas de informação centradas em interesses individuais.

Representing the Underrepresented

As pessoas confiam em nós e no festival. As pessoas sabem que no Le Guess Who? festival ouvem música que nuca ouviram. Compram um bilhete para uma aventura. Adorámos apresentar todos estes sons que são sub-representados na TV, no rádio, mas também em teatros e locais.

- Johan Gijsen, co-fundador e diretor geral do Le Guess Who?.

O festival dá aos músicos a oportunidade de fazer a curadoria de outros artistas e fez sentido para nós retratá-lo neste filme, por isso, proporcionámos uma plataforma para artistas e organizadores discutirem música, o festival e também questões sociais. Na verdade, o nosso objetivo era ir para além da representação musical, então, tentámos abordar questões sociais como a multiculturalidade de Utrecht no bairro de Lombok. Rinke Vreeke, coordenadora dos Satellite Projects, falou-nos do festival Lombok e da sua relação com o bairro e o Le Guess Who? O festival Lombok é realizado e organizado por e com os residentes. Realiza-se em vários locais ao ar livre e interiores no bairro de Lombok, com entrada livre, e partilha parte do alinhamento musical com o Le Guess Who? misturado com talentos locais. 

Cat-Utrecht-Netherlands
Utrecht-Netherlands

Como explica Barry Spooren, marketeer e assistente de programação, hoje em dia o marketing de um festival está a tornar-se mais sobre o marketing dos artistas. “Contar as histórias dos artistas e apresentá-los ao público, é por isso que penso que as pessoas devem comprar um bilhete”. - afirma. Os artistas têm sempre algo a dizer, não só através da sua música, mas também através do seu percurso. Vashti Bunyan pensou que não tinha lugar na indústria musical, depois de ter lançado o seu primeiro álbum, Just Another Diamond Day, em 1970, sem sucesso. Só 20 anos mais tarde é que foi (re)descoberta. Talvez se houvesse pessoas como Devendra Banhart, o músico que a selecionou para o festival, na altura, a sua história poderia ter sido diferente, diz ela. O artista JPEGMAFIA também tem uma história interessante. Ele desenvolveu seu interesse pela música enquanto estava no exército, e foi depois de servir na guerra do Iraque que ele conseguiu conquistar seu espaço e ter um nome no cenário musical.

Le-Guess-Who-?-2018-Utrecht
Utrecht-Netherlands
Utrecht-Netherlands
Utrecht-Netherlands
Utrecht-Netherlands
Le-Guess-Who-2018

Este filme dá voz a dez pessoas diferentes que participam na indústria musical a partir de caminhos diferentes, partilhando o mesmo interesse pela música. Com a música como ponto de partida, pretendemos ouvir estes artistas, curadores e organizadores para compreender a sua visão e a sua vontade de mudar a perspetiva monocultural centrada na Europa e nos EUA que parece dominar os nossos tempos actuais. Como diz Jacco Gardner, a música deve ser vivida como algo que pode ser de qualquer lugar e, por isso, Representing the Underrepresented vai ao encontro das ideias do festival para expandir essas perspectivas e mostrar que o mundo é um lugar muito maior do que por vezes nos apercebemos. Como refere Bob Van Heur, existem mais de 7 mil milhões de pessoas no mundo, porque é que estamos todos a ouvir a mesma música?

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A música prospera e fortalece o pensamento de união, ao mesmo tempo que proporciona um lugar para encontrar uma ligação dentro de si mesmo ou com os outros. Com uma história de acesso ao backstage de festivais de música, muitas foram as ocasiões em que filmamos momentos únicos com artistas que admiramos. A música trouxe ao Canal180 inúmeras possibilidades.

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